Engenharia
ASA
Os
métodos empregados estão baseados nos procedimentos normais que
se utilizam para o desenho prévio de aviões na escala real,
ainda que se tenha em conta o efeito de escala,sobre tudo no que
concerne a correção dos dados de coeficiente da sustentação e
resistencia de perfis.
Sobre um avião em voo atuam uma série de forças e uma série
de momentos. (0 efeito de uma força é produzir um deslocamento
acelerado, retilínio, ainda que num determinado momento tende a
fazer girar o avião.) . Se o voo é retilinio e uniforme, a
resultante de todas as forças tem de ser nula e o momento
resultante de todas as forças, há também de ser nulo. Vejamos
quais são estas forças e momentos sobre cada parte principal do
avião e que variáveis devemos determinar para desenhá-las.
Ferramentas de uso indispensável ao aeromodelista veterano
Dremel moto tool kit, nível, machos de 1/8", etc. . .
A
ASA
A asa é o elemento sustentador principal do avião. As forças
de pressão que exerce o ar sobre uma asa em voo, pode supor-se
equivalentes a duas forças :
(a) SUSTENTAÇÃO - (L)
(b) RESISTENCIA - (D)
Aplicadas em um ponto da corda média da asa, chamado - centro
aerodinamico (c.a.) e a um momento que tende a fazer girar a asa
vamos chamá-lo momento de arfagem (Moa). A sustentação é
sempre perpendicular a direção do vento incidente sobre a asa e
a resistencia tem a direção da velocidade do vento. O momento
de arfagem é considerado positivo quando tende a cabrar e
negativo quando tende a picar.
Uma asa se compõe de perfis e dependendo do tipo deperfil aue
usamos para construir a asa, obteremos diferentes comportamentos
da mesma em voo. A qualidade dos diferentes perfis se medem
através dos coeficientes de sustentação (Cl) , de reslstencia
(cd) e de momento (cm) .
Estes coeficientes variam com o angulo de ataque e,estudando esta
variação, podemos definir o tipo de perfil mais conveniente
para a asa de nosso avião. Outras variáveis que influem sobre o
comportamento da asa são :
(a) ALONGAMENTO - (A)
(b) RELAÇÃO ENTRE A CORDA DA ASA NA PONTA
(ct) e NARIZ (cr) .
O alongamento se define como a relação entre o quadrado da
envergadura (b) e a superfície alar (S) ou, como a relação
entre a envergadura e a corda média da asa.
A=b2/S ou A=b/c
Desenhar uma asa significa definir.
. tipo de perf11
. Superficie alar, S
. Envergadura, b
. Corda média, c
. Corda na raiz, cr
. Corda na ponta, ct
. Alongamento, A
. Angulo de diedro
(somente se a asa for enflechada)
MOTOR
Este é o responsável pela propulsão do avião. Ao se acoplar
uma hélice apropriada ao motor, obtém-se uma força propulsora
que pode ser de tração, e a hélice está a frente do motor ,
ou uma força de empuxe se a hélice está atrás do motor
(hélice de passo invertido) . Em qualquer caso, esta força se
denota com a letra T e se mede em quilos.
Para selecionar o motor apropriado, devemos definir :
. potencia necessária, P
. Hélice, definida pelo diâmetro, d , e pelo passo, p.
SUPERFICIES
DE CAUDA
A cauda horizontal é o elemento estabilizador principal do
avião. Vem definida pelo mesmo tipo de variáveis que a asa.
A cauda vertical contribui com a estabilidade direcional do
avião e é também definida pelo mesmo tipo de variáveis que a
asa.
FUSELAGEM
Esta, no caso de aeromodelos, serve para dar suporte e unir o
motor, asa e cauda. Contém tanque de combustível,equipamentos
de rádio controle, etc.
Vem definido por :
. Distância de suas cavernas
. Altura e largura a cada distância
Sobre o avião, como conjunto, atua o peso (W) - quilos - e a
resistencia de todos os demais elementos ( trem de pouso, cabine,
etc . . . ) .
DESENHO
DA ASA
Deixarei o tema da seleção de perfil para mais adiante.
Vamos calcular os demais parametros enumerados anteriormente.
FAREMOS O DESENHO com a ajuda de quatro gráficos:
Como
exemplo, vamos supor que queremos desenhar um aeromodelo do tipo
treinador avançado.
Como dado de partida, vamos determinar a velocidade mínima de
voo horizontal, chamada velocidade de estol (Vs) . Esta é a
mínima velocidade em que o avião se mantém em voo, com a
sustentação equilibrada ao peso.
Selecionamos Vs=l1m/s (40 km/h) e encontremos na curva (a) da
figura 2a um valor da carga alar de W/S=51.8 (gar/dm²). Com este
valor entramos na figura b e encontremos o peso provável para
nosso avião completo. Será da ordem de W=1,8 (kg) . Esta curva
se obteve representando os valores de carga alar e peso de mais
de 70 modelos comerciais de fabricantes conhecídos como
Graupner, Robbe,
Aerobrás, Webra, SG, Simprop etc, e traçando uma reta pela zona
média da nuvem de pontos que se obteve.
No caso em que o peso obtido nao nos agrade por qualquer razão,
podemos modificá-lo a vontade, ainda que não devemos querer que
seja muito diferente do encontrado na curva.
Com o peso achado, entramos na figura 2c e obteremos a
superfície alar, 5=34.7 (dm2) .
Devemos determinar o alongamento da asa. Grandes alongamentos
significam asas de grande envergadura e pequena corda, que dão
grande sustentação e pouca resistencia. Alongamentos curtos
significam asas curtas e maior corda. Em geral, para aviões a
motor, os alongamentos normais vão de 5 a 8.
Um bom valor para nosso exemplo poderia ser de A=6, com o que a
figura 2d nos daria lima envergadura de b=1.44 (m) , que parece
um valor aceitável. Se este valor
não convir poderíamos selecionar outro alongamento e obter da
mesma figura, outra envergadura.
Com a envergadura, b, e o alongamento, a, podemos obter a corda
média da asa, c :
c=b/A, em nosso caso: c=1.44/6=0,24 (m)
Se elegermos asa reta a corda seria constante em toda asa. Se
queremos em flecha, teremos que eleger a corda do perfil na raiz
da asa (cr) ou a corda da ponta (ct) . Uma
vez eleita uma ou outra a que fica se obtém de :
ct=2c-cr
cr=2c-ct
Em nosso exemplo que quisermos asa enflechada, com uma corda na
raiz da asa de cr=3O cm, obteria-mos para a corda do perfil na
ponta, c=18 cm.
Com isto, teremos mediante um sensivel procedimento gráfico,
quase todos os parâmetros que definem a asa, e o peso provável
que terá nosso avião.
Adiante veremos métodos para selecionar o tipo de perfil da asa,
critérios para determinar o dietro e mais adiante veremos o
cálculo da potencia necessária do motor e também os métodos
para o desenho das superficies de cauda.
A curva (b) da figura 2a, nos dá a velocidade de perda que
conseguiriamos se equipássemos nosso aviao com flaps.
Em nosso caso, poderiamos diminuir nossa velocidade de perda até
8.4m/s (30 km/h) , porém isto 56 tem interesse em aeromodelos de
grande peso, com altas cargas alares.
As caracteristicas mais importantes da asa são :
(1) - Forma na planta
Retangular ou com leve estreitamento
.
(2) - Alongamento alar
Compreendido entre 5 e 7.2
(3) - Diedro transversal
Treinadores básicos 3 a 5 graus ,.
Treinadores avançados O a 2 graus
(4) - Torsão alar
Não é necessário
(5) - Perfil alar
Para treinadores básicos : os perfis plano-convexos são mais
adequados já que facilitam a construção da asa e proporcionam
um voo lento e dócil. Não são adequados para voo invertido.
Para treinadores avançados : são mais convenientes os perfis
biconvexos; oferecem uma boa sustentação, facilitam a acrobacia
e permuta o voo invertido.
A espessura do perfil deve ser da ordem de 12 a 15%, tanto maior
quanto menor seja o aeromodelo.
(6) - Ailerons
Para treinadores avançados.
A área dos ailerons deve representar entre 12 a 13% da área
alar. normalmente 6.25% para cada aileron.
Como dimensões tem-se :
. para ailerons convencionais 0,25 ba xO,25 ca
****SENDO ba, ENVERGADURA ALAR
****SENDO ca CORDA ALAR
. para ailerons marginais 0,50 ba x 0,50 ca
. O curso dos ailerons será de + 16° e -13°
(diferencial) .
(7) - Incidencia de asa
. Zonas de vento forte O a 1 grau
. Zonas de vento normal 1 a 2 graus
. Zonas de vento fraco 1,5 a 2 graus
A teoria diz que o rendimento de uma asa se considera ótimo se a
envergadura fosse infinita. Assim pois, quanto maior o
alongamento, melhor resultado. Porém isto cria problemas de
resistencia (rigidez) e de construção.
Um fator que terá influencia na estabilidade do modelo é o
DIEDRO , que deverá ser sempre maior no caso de não ter
ailerons. Como orientação sugiro O a 3 graus cada
semi-asa se utilizarmos ailerons e ao redor de 5 graus em caso
contrário.
Também em relação a estabilidade, temos a torsão geométrica.
Constr6i-se a asa de modo que o ângulo de ataque nos extremos
seja menor do que na raiz. Isto se consegue torsionando
adequadamente a asa em sua construção, ou combinando os perfis
adequadamente e gradualmente desde a raiz até o bordo marginal.
Estes últimos serão de maior curvatura (sustentação) . Este
sistema se chama torsão aerodinâmica e tanto um como outro
sistema contribuem para que nosso modelo não perca sustentação
subitamente. Pois voando em baixa velocidade,ou em curvas
críticas, chegaria o momento em que se produziria a perda por
excesso de ângulo de ataque. Neste momento as pontas de asa
seguem produzindo sustentação , já que sua incidencia relativa
é menor do que no centro. Isto nos dá uma margem de segurança
em certas manobras. Aconselho seu emprego, mesmo que isto
complique um pouco a construção da asa.
O quadro acima, estabelece a partir da carga unitária e da
potencia unitária uma perfeita compreensão das caracteristicas
dos motores comerciais de vela incandescente.
Quanto as asas, comento cinco disposições diferentes:
(1) Asa parassol - solução complexa, frágil e cara.
(2) Asa alta - configuração mais atrativa porém não
é a mais funcional e eficaz.
(3) Asa semialta - a mais eficaz e simples; muito
econômica.
(4) Asa dorsal - é a mais barata, porém nao é a mais
eficaz, sobretudo para treinadores primários.
(5) Asa baixa - Não recomendável para treinadores R/C.
RESISTÊNCIA
DOS MATERIAIS NAS ASAS
O rompimento da longarina da asa e a posterior destruição do
modelo, surpreendem por sua rapidez e a falta de avisos prévios.
O rompimento das asas se faz subitamente e vemos o produto de
nossas longas horas de trabalho, projetar-se contra o solo. Os
pontos de acldente variam pouco.
Durante a execução de um looping, após um - excelente voo
picado, e não poucas vezes, devido a inexperiencia, quem sabe
durante uma curva fechada, com o avião espantosamente inclinado.
Como diriam os sulistas, as asas - batem palmas -, e toda
fuselagem desce numa linda queda livre com todo o equipamento a
bordo. Em compensação, a asa desce graciosamente, com suaves
ondulações.
A ruptura por excesso de fator de carga na longarina principal,
tem sempre o mesmo aspecto : corte na parte central da asa, com
fratura de nervuras ou separação pela zona de colagem. Pode
acontecer também pela ruptura dos reforços de compensado, com
surpreendente imunidade para as nervuras. Assim mesmo, partem os
chapeamentos e rasgamse os entelamentos. Os mais observadores
verão que os reforços de compensado estão rompidos em sua
primeira metade, até o centro da peça, em forma limpa e reta e
o resto com aparas em forma de zig-zag.
Se não for exatamente pelo centro a asa rompe pela seção onde
se apoia na fuselagem. As caracteristicas são as mesmas.
Trajetória
de um avião saindo bruscamente de um voo picado. O fator de
carga, neste caso pode chegar a 10 G.
V = Velocidade de mergulho
R = Raio de saida do mergulho
P = Peso
G = Gravidade
Para maior compreensão vamos dividir os tipos de asa em dois
grupos. Asas com estais e asas sem estais, nao estou entrando em
termos técnicos para facilitar o estudo. Ambas trabalham de
forma diferente, portanto devem ser tratadas de maneira distinta.
Se existem reforços, devem ser colocados em lugares diferentes,
e os esforços e deformações que sofrem, nada tem em comum.
Geralmente os principiantes colocam reforços desnecessários,
que acarretam em peso ilógico. Terminando por transformar
pássaros em verdadeiros tanques blindados voadores.
ASAS
SEM ESTAIS
Em consideração á maior aplicação destes tipos de asas,estou
dando maior ênfase à esta parte.
Sob o ponto de vista estrutural se converte em duas
asas,simétricas em relação á fuselagem,carregando a metade do
peso em cada asa.seu comportamento será simétrico.
No diagrama se observam tres traçadois do flector:para esforços
normais que só se dão em voo horizontal e nivelado uma
demonstração gráfica para 5G quando as condições são
forçadas e muitos aviões alcançam a 10G muito mais do que se
poderia esperar.20G pode ser alcançado por treinadores em
manobras de traçado livre.
O valor máximo do momento flector é mf=P.1/8 e está no eixo de
simetria.A conseqüencia é a seguinte:suponha que num momento do
voo nosso avião está em uma capa de ar suportando
homogeneamente o peso repartido pela asa,sendo que esta se
encontre simplesmente apoiada pelos bordos marginais.Veja a
figura abaixo.
Em
tal configuração os desenhos de cortantes e flectores
correspondem exatamente ao indicado nas figuras 3b e 3c nesta
nova repartição de cargas,há algumas semelhanças com a
situação descrita anteriormente.Aqui o máximo de flectores
estão situados no mesmo lugar que no caso precedente.O único
objetivo é compará-lo com as quantidades de esforços
anteriores. Cito que o momento flector aqui,em novas condições
vale mf=P.1/2. Comparando ambas as cifras,resulta que o segundo
é quatro vezes maior (4G) que o primeiro.
O teste em laboratório castiga a asa quatro vezes mais que o
simples esforço de voo.Se desejamos garantias,10G,façamos um
teste de bancada.Bastará carregar a asa ,apoiada sómente pelas
pontas em dois calços sobre a mesa,com um peso de 2,5 vezes o
próprio.Se fizermos a prova com o avião equipado com
motor,servos e demais equipamentos, utilizaremos 1,5 vezes o
próprio peso. Isto nos pemite ter sem maiores riscos as
verdadeiras condições de comportamento estrutural de nosso
avião.Mesmo no caso de romper a asa,será mais barato que o
risco catastrófico.
Definir a
carga alar
Uma vez definida a carga alar, teremos
então definida a envergadura. A fuselagem será 75 % da
envergadura. Da hélice ao bordo de ataque da asa, podemos dar 20
% de
comprimento da fuselagem e desde o bordo de fuga da asa ao bordo
de ataque do estabilizador aproximadamente 40 % .
Respeitando estas porcentagens, o estabilizador terá de 20 a 25%
da superficie da asa. Se aumentamos ou diminuímos o momento de
cauda, a superfície do estabilizador será diminuída ou
aumentada respectivamente, já que definitivamente atua como
alavanca, cujo ponto de apoio está no centro de gravidade.
Quanto maior o momento de cauda,menos esforço no estabilizador.
A variação destas medidas influirá também no comportamento do
modelo sobre o eixo transversal, já que a arfagem será mais ou
menos sensível.
Não obstante, esta série de variações e suas conseqëncias se
vai percebendo com a experiencia durante a construção de
vários modelos. É preferível ajustar-se ao aconselhado,
aprincípio.
O alongamento do estabilizador será aproximadamente 3:1. Como
já sabemos, envergadura/corda é alongamento.A=E/C ; assim mesmo
conhecemos a superfície total que era de 25% a da asa, então,
se a superfície é a corda pela envergadura, ou seja S=CxE,
teremos S=Cx3C, ou seja S=3C². Podemos agora com a ajuda de uma
calculadora, determinar facilmente as dimensões do
estabilizador. Podemos usar o mesmo sistema para calcular a asa.
Estamos sempre falando de uma superfície plana retangular,
porém podemos variar esta geometria, simplesmente aumentando no
centro e diminuindo nas pontas, bordos marginais, a mesma medida.
Isto não influi no alongamento nem a área. O direcional terá
1/3 da superície do estabilizador.
Perfis aerodinâmicos
INSTABILIDADE DE UM
PERFIL
Por instabilidade de um perfil, deve entender-se aqui sua menor
ou maior capacidade para recuperar uma posição perdida em
relação ao movimento de arfagem. Como é sabido, a magnitude do
deslocamento do centro de pressão(CP de um perfil de asa, é
determinado através do coeficiente de momento de giro ( cmo ) e
do coeficiente de sustentação (Cl) ) condicionam o grau de
instabilidade de dito perfil em voo.
Segundo o sentido de deslocamento do CP , aproximando-se do bordo
de ataque da asa, permanecendo imóvel ou recuando, pode-se
distinguir tres grandes grupos de perfis que caracterizam tanto o
tipo de aeromodelo como seu próprio desenho.
Tais
grupos são :
- PERFIS ESTAVEIS ou AUTO-ESTAVEIS
- PERFIS INDIFERENTES ou NEUTROS
- PERFIS INSTAVEIS
PERFIS
ESTAVEIS
Caracterizam-se por ter uma linha média com dupla curvatura.
São conhecidos também como perfis +S+. São perfis com
estabilidade positiva, seu coeficiente de momento de giro é
positivo (+cmo) . Uma asa que utilize este perfil voa em
equilibrio sem precisar de estabilizador.
Em tais condições o centro de gravidade do aeromodelo estará
situado na direção da resultante aerodinamica que passa sempre
pelo CP.
Se uma perturbação exterior altera o equilibrio, fazendo a asa
picar, seu CP se deslocará automaticamente para frente
aproximando-se do CG, a asa retorna ao seu estado inicial. Se a
perturbação cabra a asa, ocorre o inverso e esta volta ao seu
estado de equilibrio.
Este grupo de perfis tem o coeficiente de sustentação baixo e o
coeficiente de arrasto alto.
São perfis auto-estáveis :E182, E184, G0877, Clark YH, N80R,
etc.
PERFIS
NEUTROS
Caracterizam-se por ter uma linha média reta. Seu contorno é
simétrico em comparação a linha média. Possuem o coeficiente
de momento nulo (cmo=0) , ou muito pequeno para angulos normais
de voo.O CP não desloca ou o faz quase imperceptível.
Se conhece também como perfis com CP fixo em 25% da corda. Uma
asa com este tipo de perfil,
submetida a uma perturbação que altere sua posição inicial,
permanecerá na nova sem tendência a recuperar.
São portanto perfis de estabilidade indiferente, ou
nula,adequado para aeromodelos de voo acrobático que necessitam
ser equipados com estabilizadores.
São perfis indiferentes: Placa Plana, NACA 0008, G000g,G005g,
etc.
PERFIS
INSTAVEIS
É o resto dos perfis não compreendidos nos grupos anteriores,
traçados a partir de uma linhamédia de curvatura simples
(côncava) ou plano convexa,biconvexa ou côncavo-convexa.
Possuem estabilidade negativa.São instáveis, seu coeficiente de
momento é negativo(-cmo).
Se há uma perturbação externa, a asa entra em voo picado, o CP
vai para trás ocasionando acentuação ao desequilíbrio
inicial. Se a asa cabra acontece o mesmo, ocasionando o avanço
do CP. É obrigat6rio o uso de estabilizadores adequadamente
dimensionados e dispostos.
Nem todos os perfis tem o mesmo grau de instabilidade.
Este é tanto maior quanto maior é a curvatura da linha
média.São perfis instáveis plano-convexos: Gö 795, Clark y,
Gö812, E 178, Gö436, etc. Instáveis côncavo-convexo:
E 307, Gö801, Gö195, etc. Todos possuem altos valores de
sustentação e poucos valores de arrasto.
Ailerons:
Sómente para treinadores avançados.Sua área deve estar entre 12 a 13% da área alar,normalmente 6.25% para cada aileron.
Aileron convencional - 0,25E x 0,25C
Aileron marginal - 0,50E x 0,125C
Como já comentado,para aileron diferencial o curso será +16mm e -13mm.
TREM DE
ATERRISSAGEM
Chegando quase ao final, e sendo consciente da saturação de
cálculos a que o submeto, comentarei sobre o trem de
aterrissagem. Não tem muitos segredos. Porém deve ser bem
localizado para não causar problemas. Por exemplo um trem
triciclo compõe-se de uma roda no nariz e um trem principal. É
mais aconselhável para principiantes, devido a
seu fácil manejo e proteção para a hélice.
Geralmente o trem dianteiro é preso na parede de fogo ou na
bancada do motor. As rodas principais tem seu eixo não mais que
tres centímetros atrás do centro de gravidade.
A conseqüencia de um excessivo recuo no trem principal é causar
dificuldades para despegar, só ocorrendo após muito terreno
percorrido. Fazendo uma decolagem abrupta e violentamente
perigosa. Quanto mais perto do C.G. mais fáci será sua
decolagem. Pois será necessário apenas um leve toque no
"stick" do profundor. Muitas vezes o modelo decolará
suavemente sem a necessidade de forçá-lo a subir.
Sua decolagem será automática, quando tiver velocidade
suficiente.
Outra possibilídade é o trem convencional, duas rodas a frente
do centro de gravidade e uma pequena na cauda.
Requer mais prática, do piloto. As rodas principais não devem
ficar a frente do bordo de ataque, pois teremos problemas
análogos aos comentados anteriormente. A roda de cauda não tem
maiores problemas a nao ser que em alguns casos deve levar uma
redução para virar menos que o direcíonal. Pode-se usar um
patim, sem inconvenientes.
Em qualquer dos casos o angulo de ataque do modelo situado no
solo, não deve ser excessivo, pois com um angulo moderado os
pousos e decolagens serão muito mais suaves.
Olhando para um
aeromodelo parado sobre a bancada não conseguirá calcular que
impactos
o avião irá sofrer principalmente durante o toque no solo , em
uma pista esburacada ou ondulada.
Nem sempre os pousos sao feitos com a suavidade desejada.Diversas
situações podem ocorrer durante a aproximação como o solo.
Alguns novatos esquecem de arredondar para o pouso, isto
significa passar da rampa de descida para o voo planado paralelo
sobre a pista e logo acima desta. O proximo passo será permitir
a queda de velocidade , isto irá fazer o avião afundar
rápidamente porém controladamente. Este controle será fácil
desde que o stick ao profundor seja puxado para
traz ,lenta e suavemente a reação do avião será afundar
devagar e manter o nariz e a roda da bequilha mais elevados que o
trem principal .Se aplica também ao trem convencional porém
nãon deverá baixar muito a cauda para que o trem principal e a
bequilha de cauda toquem o solo ao mesmo tempo ou o trem
principal toque primeiramente. Quando o trem principal tocar o
solo vou levando o stick ate o limite para traz,mantendo-o até a
parada do avião.
Vi muitos veteranos perderem a reta de pouso e a de decolagem
também por efeito do vento de travez. Quando o modelo estiver no
solo em movimento, mantenha o Stick do aireron inclinado na
direção contra o vento.É uma recomendação válida. Considero
por exemplo que o vento sopre no eixo da pista, ao sair do seu
box observando o modelo por tráz, este bem
como o piloto poderá estar com o vento incidindo na asa direita
ou braço direito .A inclinação do stick do aileron deverá ser
para o lado direito com o aileron desta asa totalmente defletido
para cima.Assim no caso de uma rajada de vento isto ajudará a
manter a asa estolada , evitando que seja levantada causando o
giro e a consequente pilotagem. Para aeromodelos de trem
convencional o profundor deverá estar totalmente cabrado. Quando
optar pelo giro para esquerda o vento ficará na cauda , então
é hora de
neutralizar o airelon e levar o stick do profundor todo para a
frente , isto fará com que o vento mantenha a cauda apertada no
solo.É aplicável também para os aeromodelos triciclo,
Ainda assim durante o pouso situações adversas podem ocorrer e
o toque se tornar uma verdadeira agressão ao planeta. Por uma
rajada de vento , excesso de velocidade ou porque simplesmente o
angulo de planeio não foi quebrado. O avião se chocará contra
o solo causando uma sobrecarga sobre os trens de pouso , podendo
afetar o próprio trem ou a estrutura na qual está fixo.
Quebrar o braço de comando da bequilha é muito provável , se
esta não for do tipo absorvedor de impactos. A consequencia pior
será o entortamento da bequilha , a qual raramente poderá ser
reparada em plena pista de voo.
A linkagem poderá ser afetada causando o soltamento ou quebra
dos links.Usar uma bequilha de 3,6 mm a 4mm de espessura e o
ideal.
Quanto ao trem principal , para um aeromodelo de 2 a 3 Kg deve
ser feito em aço de 3,5mm ou 3,6mm. Não use um arame mais
grosso porque a vibração irá ser trasmitida diretamente para a
fuselagem ou asa. Provocará da nos na base fixadora do trem. O
aço mais fino cederá ao entortamento a cada pouso,chateando o
tempo todo, nunca estará alinhado.
A bitola 3,5mm ou 3 6mm não entorta mesmo em pista de grama.
Aqui na minha empresa não usamos solda metálica para o trem
principal, na junção dos arames próximo á roda. Temos por
costume a solda com estanho reforçado com fios de cobre.O trem
principal jamais quebra ou entorta a solda.A solda com metal
exige muito calor e irá afetar o aço. Esta perda de resistencia
irá atrapalhar no campo pois o enfraquecimento do aço, se não
for corrigido eficazmente , iró causar os problemas mencionados
logo acima.Achamos que trens de pouso devem ser pelo menos
indestrutíveis. Virtualmente a prova de problemas. Os trens
feitos com a bitola de aço mencionada
anteriormente,abservarão os impactos com o solo
eficazmente,ainda que a roda usada seja de espuma de borracha em
cubo plástico.
Bibliografia:Fonte: "Manual Rádio Controle Primário e Avançado" *** Autor: Clair Ebersol González
Introdução ao princípio e avanço do rádio controle e modelos de aeronaves motorizadas.